sexta-feira, março 23, 2007

Pedaço de papel

Em tempos que a interação entre as pessoas se dá a todo momento, e que palavras como conectividade fazem parte do cotidano de todos nós, é sempre opotuno, pelo menos pra mim, o questionamento sobre o quer seria mesmo estar conectado. É fácil se fazer valer das ferramentas disponíveis para mandar um abraço, um beijo, ou um simples alô pra quem quer que seja esteja onde estiver. Mas o quanto será que há de sinceridade nisso tudo? Hoje fui agraciado como uma das mais carinhosas demonstrações de afeto possíveis, e ela veio à moda antiga, num pedacinho de papel, que viajou um bocado, passou por bolsos, tomou ônibus e tudo mais. E chegou às minhas mão e me fez sentir especial por uns instantes, quer perduram até agora enquanto escrevo essas palavras. Papel recheado de letrinhas delicadamente desenhadas que vieram dar conta de boas novas. É sempre bom ter reatados os laços, mais que isso nunca permití-los desatar. Beijo grande pra moça da casinha verde, que me ensinou o que é vaticinar.



Soprando aos ouvidos: Nobody's here - Devin Townsend

terça-feira, março 20, 2007

Infância Revisitada

Não sei porquê tenho me recobrado de sensações de infância, bem na verdade eu sei sim. E sei muito bem. Sabe aquelas sensações que antecediam o tão aguardado presente de aniversário ou Natal? A visitas dos primos que moram longe, ou simplesmente o cheiro do bolo saindo do forno ? Pois é. Sensação semelhante tem me tomado toda vez que eu penso em uma sonhada aventura, que está prestes a se tornar realidade.
Me pego em frente ao espelho, mochilas nas costas e um sorriso de quem por uns poucos minutos de esquece da vida dura lá fora. descubro também que não só a mim acometem tais sensações, como em um dia desses, em que um amigo de alcatéia me descrevia a ansiedade com que aguardava a entrega de sua nova bicicleta. Não era só a expectativa, e sim um misto de sensação de conquista ao vislumbrar na nova aquisição um passaporte pra inúmeras outras histórias. Sim, nos sentimos como crianças! E concluí que não estou sozinho, e que nada mais justo, se permitir tão sinceras sensações, em dias que somente a seriedade e o comprimento do dever nos cabem.
Adultos, maduros, cheios de responsabilidades e cobranças, mas que se permitem voar de vez em quando. Enquanto o cheiro da fumaça entorpece as almas lá fora, vamos brincando de voar aqui dentro, dentro de nós.


Soprando aos ouvidos: Everyday - Dave Mathews Band

domingo, março 04, 2007

Eu queria simplesmente ter a capacidade de esquecer de tudo. Nem que fosse só por hoje. Eu queria que a dor fosse menor do que a habitual, nem que fosse apenas durante as horas em que me deito pra tentar me refazer. Queria que tudo não tivesse passado de um sonho, que eu pudesse guardar, num cantinho junto com outras histórias boas que me fazem brotar sorrisos inexplicáveis vez ou outra. Tivera eu acreditado em mim mesmo por um único momento que fosse, e eu não estaria aqui agora.